Eu
sou só esse rabisco mal acabado!
Essa
certeza vacilante se instaurou com a queda no abismo sem fim e a instabilidade
que caracteriza os dias da Imensa falta...não compreendo se essa falta se
refere ao eu perdido em algum lugar da bruma que se apropriou dessa
(des)existência, ou se apenas uma falta decorrente do não reconhecimento desse
eu que habita o corpo. O que sei, com essa sensação de ser um mero rabisco, é
que me desmonto o tempo todo, e temo não conseguir me reiventar, afinal, não
seria essa a condição de existir essencialmente, a possibilidade de reinvenção?
Caminho com um claro objetivo, me encontrar, a mim ou a esses rabiscos sem fim,
que oscilam entre a leveza e a loucura, a escassez e o excesso, a dor e a beleza
de existir em paz. Anne Damásio
Imagem: Jaya suberg
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