quarta-feira, 26 de junho de 2013

Um certo azul clarinho...

É como um reencontro com um ser que eu não conhecia, a vida adquiria nuances mais leves,  nunca aquele prisma confuso de cores ofuscantes; nem o cinza dos dias iniciais onde a cama estava escorada no abismo, e era lá que eu queria ficar; nem aquele bege pastoso dos momentos em que aquela apatia pegajosa era regra...agora um certo azul clarinho, que bem poderia ser rosa, mas minha veia subversiva não permitia adesões incondicionais a extremos, talvez por isso não me reconhecia nessa leveza que me deixava entre tonta e enjoada. Continuarei perseguindo essa que não reconheço, talvez porque ela nunca esteve aqui, porque eu nunca tinha enxergado, no sentido de devassar, esse ser intenso e estranho, e já tinha saudades dela, e não queria que ela fosse embora...E não sabia o que sobraria dela em mim...eu que ultimamente abusava das reticências como forma de dar uma continuidade qualquer para uma existência ainda estagnada, estagnando-se...e quando me perguntarem onde estou? Afirmarei que recompondo um eu que não era eu! Anne Damásio



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