Se
me perguntam como estou, e alguns acreditem o fazem com um real interesse,
aprendi a dizer que estou bem, claroooo, estou ficando, com auxílios os mais
diversos, desde os medicamentosos, até aqueles preciosíssimos ouvidos prontos e
dispostos a curar, o que minha boca expulsa verborrágica...
Vou
vivendo, respirando, me exercitando em compaixão por mim e pelos outros, nesses
tempos sombrios em que visualizamos a mudança e vemos a falta de foco, pelo excesso
de problemas, nos empurrar ao entorno de nós, assim humanamente
atabalhoados...Nesses momentos de saída para ver o compartilhamento do
sofrimento lá fora, quase uma espécie de ‘delírio coletivo’ freudianamente investido,
na lógica de que “todos que participam de uma delírio, jamais o reconhecem enquanto
tal”, esqueço de mim, e custa-me lembrar, as vezes tenho a clara sensação de
que foi assim que vivi até agora, na superfície das coisas, justo eu que me
achava tão profundaaaa...
Percebi
que meu estar bem geralmente era incapaz de prescindir de algum ‘remédio que me
desse alegria’, isto posto, eu nunca estivera bem de fato...talvez nesses dias
posteriores a grande falta, a nebulosa, a lama toda em que eu
estava/estou/estarei? Enfiada comecem a me revelar quem eu sou, a pergunta é:
Eu quero me saber? Eu quero me encontrar?E se eu me curar de mim, quem serei
eu? Anne Damásio
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