terça-feira, 25 de junho de 2013

E se eu me curar de mim, quem serei eu?

Se me perguntam como estou, e alguns acreditem o fazem com um real interesse, aprendi a dizer que estou bem, claroooo, estou ficando, com auxílios os mais diversos, desde os medicamentosos, até aqueles preciosíssimos ouvidos prontos e dispostos a curar, o que minha boca expulsa verborrágica...
Vou vivendo, respirando, me exercitando em compaixão por mim e pelos outros, nesses tempos sombrios em que visualizamos a mudança e vemos a falta de foco, pelo excesso de problemas, nos empurrar ao entorno de nós, assim humanamente atabalhoados...Nesses momentos de saída para ver o compartilhamento do sofrimento lá fora, quase uma espécie de ‘delírio coletivo’ freudianamente investido, na lógica de que “todos que participam de uma delírio, jamais o reconhecem enquanto tal”, esqueço de mim, e custa-me lembrar, as vezes tenho a clara sensação de que foi assim que vivi até agora, na superfície das coisas, justo eu que me achava tão profundaaaa...

Percebi que meu estar bem geralmente era incapaz de prescindir de algum ‘remédio que me desse alegria’, isto posto, eu nunca estivera bem de fato...talvez nesses dias posteriores a grande falta, a nebulosa, a lama toda em que eu estava/estou/estarei? Enfiada comecem a me revelar quem eu sou, a pergunta é: Eu quero me saber? Eu quero me encontrar?E se eu me curar de mim, quem serei eu? Anne Damásio 


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