Eles chegaram em revoada,
reivindicando ‘um pago’ pela minha existência de não caber...(re)instalaram o caos,
acordaram-no e eis que aquele gritava em meus ouvidos cobrando atenção só pra
si...me mandava parar e dançar com ele, eu que nem valsar sabia...Me assustei
com a gritaria, com os chamados e o cinismo, meus demônios antes adormecidos,
ressuscitavam cobrando um acordo que conscientemente eu não fizera! Seguindo a
velha lógica de preservar aqueles que amamos, procurei o ‘doutor’ que me encheu
de caixinhas coloridas, vermelhas, azuis, pretas(dessas últimas eu gostava
sobremaneira), e meus demônios foram se aquietando, sem dar adeus, porque sabe,
eles nunca vão embora...em seu lugar a apatia persistia, cercada de quando em
vez de arroubos de euforia, e da tristeza, aquela acionada no momento
inicial...do choro compulsivo só restou essa secura nesses olhos de ver
demais...Acabei de lacrar o caos! Anne Damásio
Fotografia: B. Shaden
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