segunda-feira, 9 de abril de 2012

Uma história sobre meu antigo eu...

"Pois tudo começa a ser triste demais..."
José Luiz Branco







Sabe menina faz uma tempo indizível que não me perco entre as poltronas de um cinema, com um pacote imenso de pipocas na mão, e adentrando a dor alheia esqueço das minhas – para mim abissais. Faz séculos, desse nosso tempo de se doer que não saio sem essa sombra pesada nos ombros,, exigindo postura, leveza, doçura e toda a sorte de delicadezas. Faz alguns anos que não me reconheço nesses espelhos que me olho e não me vejo, e a cada mirada me violento um pouquinho, porque como na música: eu não caibo mais nas roupas que cabia, no espelho essa cara não é minha....” E assim, fingindo não me doer, por não me caber, fico as voltas com a necessidade de me libertar de mim, com as voltas com a conhecida e inexorável vontade de não ser eu, e partindo deixar essa imagem de sombras trancada num espelho qualquer “em que ficaria perdida minha face...” Anne Damásio


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