Ando mesmo
muito antissociável, a única coisa que me motiva ultimamente são uns poucos livros
adquiridos, e o computador que me joga no mundo dos meus-outros sem sair da
minha cama(com quem mantenho uma relação de intimidade visceral). Quero
atribuir essa incapacidade ao período natalino, a um suposto inferno astral(que
antecipei apenas para justificar a dor), as dificuldades de ordem prática.
Outras horas quero crer que deve ser sina, destino, carma ou qualquer coisa que
explique essa minha dificuldade de caber, de me inserir, de fazer parte. Uma
vez alguém me disse que o meu problema era criar expectativas demais em relação
as pessoas, na época concordei, mas hoje eu sei que o problema são as expectativas
que lanço sobre mim, elas são medidas no limite do que considero ideal, inalcançáveis
de fato, dessa feita nem alcanço nem caibo, ficando a meio caminho entre quem
sou de fato, que talvez conseguisse viver, e quem quero ser para atingir as
tais expectativas inatingíveis. Não consigo saber o saldo desse ano, que foi de
uma crueldade incompreensível, sei que ele virá, nem que seja através das
lições tiradas em máximas de auto ajuda que postarei, ou arrotarei como pérolas
aos porcos. A única certeza que eu tenho nem sequer é minha...bukowskianamente
afirmo que grande parte da minha vida passei achando que não sabia nem quem eu
era. Anne Damásio
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