quarta-feira, 29 de maio de 2013

À beira de mim sem eu...


Tenho medo, e preciso te dizer isso, do lado dos vivos esperam a mulher que faz festas, que interpela o silêncio com perguntas, que recebe, escuta, e vive, a exaltada...mas ela partiu, partiu de mim, e me abandonou, não jogou migalhas ao chão, e não consigo encontrar o caminho, nem mesmo sei  se terei forças e sobretudo vontade para fazer as pazes com o mundo, porque esse universo inteiro me corrói as entranhas...não quero mais fazer jogo social, não quero mais interpretar o papel que eu escrevi para mim...não quero mais ser eu! O mais louco dentro desse ser/estar excessivamente lúcido é observar isso que todos chamam de ‘ser normal’, essa condição que se coloca de forma patologicamente facista, determinando qual o modo possível de viver, eles não sabem o que é a lucidez, eles vivem naquele limite superficial em que aos ‘anormais’ não é permitido viver...então blindam a existência a sensibilidade e enquanto para alguns ela é matéria de salvação, para os ‘normais’ ela é desnecessária porque pode desavisadamente te levar ao abismo! Que venham os abismo porque chega um momento em que cansamos de ser/estar qualquer coisa para os outros...Anne Damásio

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