domingo, 20 de maio de 2012

"Nos últimos tempos tenho me movimentado com dificuldade dentro dos meus escombros-de-dentro, por uma série de razões demasiado pessoais para serem trazidas ao baile(trata-se de um baile?) aondo com uma autocrítica violentíssima e não consigo, simplesmente não consigo pensar organizadamente(..)Nas cartas que tenho escrito ou nos meus rabiscos solitários (e vis, talvez) no meio da noite,acabo sempre caindo na mais lamentável das auto-lamentações: dói, tudo dói, DÓI PRA CACETE, MEU IRMÃO; como uma nevralgia psico-espiritual(!) Parece que alguma peça importante para o meu funcionamento simplesmente quebrou, e eu não sei o que fazer, e tenho consciência do quanto isso parece ridículo e juvenil, só não estou mais a fim de fingir que tudo bem, você me entende?, e é isso mesmo que eu sou, esse "ter nascido me estragou a saúde"ambulante e crônico..." 
Caio F. Abreu in: crônica publicada na revista paralelo em 1976.

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