Trinta e tantos anos e as promessas de não deixar para amanhã as imensas tarefas burocráticas que se amontoavam em todos os cantos da minha vida. Enquanto minha alma inquieta, querendo viver entre alunos/teorizações e bucólicas poetizações dessa existência comezinha que levava ultimamente, se remexia inteira...Anne Damásio
Desconheço a autoria da imagem - retirada da internet
sexta-feira, 20 de abril de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Clariceando....
“Sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? Eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. Tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto. O que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? Tomariam-me por uma aberração?”
(Clarice Lispector)
“Uma
porta fechada, qualquer coisa que espreita, atrás. Ela não se abrirá se
eu não me mexer. Não mexer. Jamais. Parar o tempo e a vida. Mas eu sei
que mexerei. A porta se abrirá lentamente e eu verei o que tem detrás. É
o futuro. A porta do futuro vai se abrir. Lentamente. Implacavelmente.
Estou no limiar. Só existe esta porta e o que espreita atrás dela.
Tenho medo. E não posso chamar ninguém por socorro.” Simone De Beauvoir
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Taquipsíquica eu?
De vez em quando sinto alguns baques surdos no peito, um fastio de viver que me deixa em frangalhos. Deve ser por excesso de observar/pensar. taquipsíquica assumida, atropelo as palavras com um pensar que não se contenta em ver, mas em devassar. Me sinto caoticamente circunscrita por olhares e esperas de que eu seja, mas o que mesmo eu deveria ser? Anne Damásio
Os desertos dela...
Quem eu sou? Esse ser eivado de neuroses por todos os lados, pequenos medos infundados, grandes dramas que tornam os pequenos medos terrificantes. Se você tentar se aproximar de mim sua vida irá seguir e eu ficarei, como sempre fico quando descobrem que só posso ser meio amada(porque me assumir por inteiro é um fardo pesado demais), meio contida (porque crio bloqueios intransponíveis, que marcam minha face deixando esse olhar triste e vazio), meio exagerada(porque tudo meu é pra agora, quem convive com os abismos tem medo de cair neles e não voltar à tona). Então só queria te falar que não conseguirei preencher esse vazio existencial, porque as vezes eu quase consigo existir, e se você quiser permanecer dividirá comigo essa sensação de deserto, porque ao olhar em volta costumo me deparar com inúmeros nadas. É tudo um imenso e pesado NADA! Anne Damásio
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Uma história sobre meu antigo eu...
"Pois tudo começa a ser triste demais..."
José Luiz Branco
Sabe menina faz uma tempo indizível que não me perco entre as poltronas de um cinema, com um pacote imenso de pipocas na mão, e adentrando a dor alheia esqueço das minhas – para mim abissais. Faz séculos, desse nosso tempo de se doer que não saio sem essa sombra pesada nos ombros,, exigindo postura, leveza, doçura e toda a sorte de delicadezas. Faz alguns anos que não me reconheço nesses espelhos que me olho e não me vejo, e a cada mirada me violento um pouquinho, porque como na música: eu não caibo mais nas roupas que cabia, no espelho essa cara não é minha....” E assim, fingindo não me doer, por não me caber, fico as voltas com a necessidade de me libertar de mim, com as voltas com a conhecida e inexorável vontade de não ser eu, e partindo deixar essa imagem de sombras trancada num espelho qualquer “em que ficaria perdida minha face...” Anne Damásio
José Luiz Branco
Sabe menina faz uma tempo indizível que não me perco entre as poltronas de um cinema, com um pacote imenso de pipocas na mão, e adentrando a dor alheia esqueço das minhas – para mim abissais. Faz séculos, desse nosso tempo de se doer que não saio sem essa sombra pesada nos ombros,, exigindo postura, leveza, doçura e toda a sorte de delicadezas. Faz alguns anos que não me reconheço nesses espelhos que me olho e não me vejo, e a cada mirada me violento um pouquinho, porque como na música: eu não caibo mais nas roupas que cabia, no espelho essa cara não é minha....” E assim, fingindo não me doer, por não me caber, fico as voltas com a necessidade de me libertar de mim, com as voltas com a conhecida e inexorável vontade de não ser eu, e partindo deixar essa imagem de sombras trancada num espelho qualquer “em que ficaria perdida minha face...” Anne Damásio
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