quinta-feira, 29 de setembro de 2011

cotidiano


Mediocridade, hipocrisia, medo de viver a dois, a três, a quantos eu tenha que suportar...Era esse o nosso lema, contemporâneo não? Pessoas desmagnetizadas buscando seu próprio pote no fim do arco-íris, cheio de quê? Ah, preciso fazer uma ressalva, quando aludi a arco-íris e todos os outros ‘arquétipos’ gays, não me referi a quem sabe viver sem se esconder, como nós, numa lógica meio força na peruca mona!
Me refiro a quem tem medo de viver, a quem se adapta as rotinas mais medíocres, e para fugir delas, paradoxalmente se agarra a elas...rotina, assim como cotidiano, tédio desmesurado, repetição fatídica de gestos, sintomas, ingestões, e porque não dizer coitos...vamos amor termina rápido que quero ver o filme, ou preparar meu repertório, minha aula, cuidar das crianças, quando as temos. Temor de viver o mesmo pelo medo do novo, terror de ter por perto pessoas que a vêem como uma enguia(escorregadia eu? Claro bicha, por puro medo de ser enquadrada). E depois o maluco sou eu? Aquela que vinha construindo sua vidinha e acabou aqui sozinha, porque os outros fogem para os ‘pseudos’ grandes centros, aquela que pede atenção e ninguém se digna a perguntar, e aê perua, tá bem? Pra quê né? ela sempre está apta a escutar os outros, a se doer e se foder pelos outros...Então quer saber, deixa ela em paz com suas fugas diárias, seus choros interrompidos quando surge companhia, sua vida recém comezinha!!!

Anne Damásio

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